O que se vê e o que não se vê

Neste seu ensaio que inspirou famoso livro Economia Numa Lição o economista e político francês Frédéric Bastiat traça uma crítica intemporal à generalidade das intervenções e "estímulos" que em todas as épocas os governos são tentados a implementar (e os economistas a apoiar):

Na esfera económica, um acto, um hábito, uma instituição, uma lei, não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos.

Entre um mau e um bom economista, toda a diferença se resume ao seguinte: um detém-se no efeito visível; o outro leva em conta quer o efeito que se vê, quer aqueles que se devem antever.

Nas palavras de F.A. Hayek, na sua introdução ao presente ensaio,

Jamais alguém afirmou tão claramente numa única frase o desafio central da política económica racional e – permitam-me acrescentar – o argumento decisivo a favor da liberdade económica.

Bastiat tinha razão em tratar a liberdade de escolha como um princípio moral, nunca sacrificado perante considerações de conveniência; pois talvez nenhum aspecto da liberdade resistisse se apenas tivesse de ser respeitado quando se pudessem apontar os danos concretos causados pela sua abolição.

A presente tradução encontra-se incluída na coletânea O Estado e Outros Ensaios, publicada em 2019

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