Clássicos, Economia, Filosofia Política, Direito e Instituições, História, Moeda, Banca e Mercados Financeiros
A Riqueza das Nações não é um manual distante e abstrato, concebido para os alunos do Prof. Smith, mais ou menos descuidado das implicações práticas do saber. É antes um livro de combate, vitalmente engajado nas grandes questões politicoeconómicas do seu tempo. Livro sereno e razoado, à imagem do seu autor. Mas inflexível com os mitos e as distorções que entravam o caminho da prosperidade geral; e impiedoso – até à mordacidade – com os interesses estabelecidos à sombra do privilégio ou das restrições indevidas.
O que salva do rápido desgaste um livro tão ancorado numa peculiar conjuntura histórica são exatamente os seus traços permanentes (ou supraconjunturais): a preocupação sistemática que o unifica e o substrato filosófico-social em que assenta.
Desvaneceram-se, ou põem-se hoje em termos muito diferentes, os problemas das colónias americanas, das restrições mercantilistas, da escravatura, do bimetalismo monetário, da mobilidade horizontal do trabalho. Mas a vindicação da liberdade económica, a repartição do rendimento, a defesa do interesse geral perante os apetites seccionais, a eficiência do mercado ou do dirigismo tentacular, a afirmação de uma mundividência que dê sentido humano à Economia, são ainda temas bem atuais. E aí, a redescoberta de Smith talvez não seja mera e fútil curiosidade histórica.
(Do Prefácio de Hermes dos Santos)
A presente edição, publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian, esteve a cargo de Teodora Cardoso e Luís Cristóvão de Aguiar, e baseou-se na edição levada a cabo pelo economista britânico Edwin Cannan (1861-1935), nascido no Funchal.
Este primeiro volume abrange os livros I a III e os capítulos I a III do livro IV. Para mais obras e excertos de Adam Smith, consultar a sua página na nossa biblioteca.
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