Arthur Seldon , Samuel Brittan
Filosofia Política, Direito e Instituições, Governo, Finanças Públicas e Tributação, Escolha Pública
Ao longo dos últimos quarenta anos, o trabalho dos teóricos da escolha pública tem posto a nú a dinâmica auto induzida de crescimento das atividades governamentais. Economistas de renome, desde Anthony Downs, mais sobretudo James Buchanan e Gordon Tullock, mostraram que as pessoas no setor “público” não são seres à parte. Comungam de muitas das motivações dos que estão no setor privado. Assumir que são especialmente sábios, previdentes e agem apenas em benefício dos outros, suprimindo seus próprios interesses, não permite boas previsões do seu comportamento. As consequências deste viés para o crescimento do governo foram analisadas por outros economistas, casos de Sir Alan Peacock e o do falecido Jack Wiseman, que examinaram a tendência evidentemente inexorável do aumento dos gastos governamentais.
Os resultados dessas pesquisas mudaram o clima da opinião pública e, portanto, a visão prevalecente sobre a atividade governamental. Por exemplo, os principais partidos políticos na Grã-Bretanha estão a reconhecer que o governo pode, se não for controlado, imiscuir-se em excesso na vida das pessoas. Começam a ser visíveis esforços governamentais, embora até agora sem grande sucesso, no sentido de evitar um aumento do seu peso na despesa pública e de conter a crescente vaga de regulamentação.
Mas, se a atividade governamental tende a crescer para além do que os cidadãos escolheriam livremente, não é de prever que esses cidadãos usem mecanismos de mercado para se furtarem à atenção de políticos e funcionários públicos? Os governos têm poderes de coerção, mas não são poderes absolutos. O engenho do cidadão comum, expresso através dos mercados, habilita-o a mudar de bens e serviços menos desejados para os que prefere. Não será de esperar que o mesmo suceda quando o governo "incha" para além do que os cidadãos desejariam? Há atividades que podem, por exemplo, ser transferidas da economia oficial para a “economia paralela” ou de um país para outro. O crescimento das comunicações modernas, especialmente da internet, irá permitir que cresça a fuga à "sobregovernação". [da Introdução]
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