Assimetrias no PIB per capita das Regiões Portuguesas (NUTS II)

No próximo domingo realizam-se as eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira. Como compara a região madeirense com as restantes regiões do país e com os países da UE, em termos de PIB per capita?

Portugal é um país bastante desequilibrado e centralista. A excessiva centralização do poder político em Lisboa contribuiu para que, também no âmbito económico ou cultural, Portugal seja um país muito centrado na sua capital. Os anos passam e, volta e meia, a centralização do país entra na agenda política e social. Fala-se na desproporção de recursos, população, oportunidades, equipamentos e serviços, riqueza, nas cidades versus aldeias, litoral versus interior. Defende-se a descentralização, suas virtudes e benefícios, e quase nada tem mudado, não tem havido, ao longo das últimas décadas, um verdadeiro esforço dos órgãos de decisão política para promover a descentralização, que é fundamental para o desenvolvimento equilibrado do país.

Ao comparar o PIB per capita das regiões portuguesas (NUTS II - 2013), percebe-se rapidamente a dimensão deste desequilíbrio, uma vez que, tendo em conta a dimensão do nosso país, se verificam diferenças muito significativas. A Área Metropolitana de Lisboa apresentava, em 2022, um PIB per capita superior à média da União Europeia (102%) e equiparável ao francês, ao passo que as restantes regiões do país apresentavam um PIB per capita muito inferior e que comparava com os países mais pobres da UE. O PIB per capita do Algarve representava 90% da média da UE e aproximava-se do PIB per capita espanhol. O PIB per capita da Madeira representava 79% da média da UE e era idêntico à média nacional, estando próximo do PIB per capita polaco. As restantes regiões apresentavam um PIB per capita entre 68% e 73% da média da UE, que se equiparava ao de países como a Grécia, a Eslováquia ou a Croácia.