Atraso digital português deve-se, sobretudo, à falta de competências digitais da população

 Portugal é o 10.º país da União Europeia (contabilizando ainda o Reino Unido) com pior desempenho digital. Este é o resultado do Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade 2020, um estudo desenvolvido anualmente pela Comissão Europeia, que avalia a competitividade digital dos estados-membros.

O resultado português não é uniforme nas cinco dimensões analisadas. Por um lado, Portugal está na primeira metade da tabela em termos de conectividade e infraestruturas, bem como na digitalização dos serviços públicos. Por outro lado, é um dos países da UE com menores níveis de utilização de internet (cerca de um quinto da população nunca utilizou a internet, tal como foi divulgado pelo Instituto +Liberdade recentemente) e com elevada carência de competências digitais da população (que se reflete na "nota negativa" na dimensão "Capital humano"), desde as mais básicas às mais avançadas (onde se avalia a percentagem de especialistas em tecnologias de informação e comunicação, bem como a percentagem de diplomados nestas áreas). Estes dois indicadores estão relacionados, uma vez que a falta de competências digitais básicas é um dos principais inibidores à massificação da utilização da internet.