Aumento da Taxa de Inflação | Perda de Poder de Compra

 A taxa de inflação homóloga em Portugal, em Maio, fixou-se em 8%, ou seja, o maior valor desde de 1993 e um salto de 0,8 pontos percentuais em relação a abril (7,2%). O preço da energia subiu 27,3% e o dos produtos alimentares não transformados subiu11,6%, aponta o Instituto Nacional de Estatística.

A subida generalizada dos preços está a fazer-se sentir na carteira de todos os portugueses, uma realidade que tem vindo a ser vivenciada ao longo do último ano e que se agravou com a guerra na Ucrânia. No entanto, a inflação tem um impacto superior na população mais pobre e normalmente mais dependente do rendimento do trabalho, um rendimento pouco flexível. Mesmo que temporária, uma inflação elevada pesa mais sobre os mais pobres que, para além de terem pouca capacidade para igualar o crescimento dos seus rendimentos à taxa de inflação, não dispõem de poupanças para suavizar o seu consumo ao longo do tempo.

Se o impacto anual em 2022 for semelhante à taxa de inflação homóloga em Maio (8%), um trabalhador português por conta de outrem que no último ano que não tenha conseguido qualquer melhoria das suas condições salariais perde um mês de salário no rendimento anual.É uma quebra que se materializa na redução do poder de compra em relação ao ano anterior, sendo este o real impacto da elevada inflação que se verifica neste momento.