Classe Docente portuguesa é a mais envelhecida da União Europeia

Devido ao problema crescente de falta de professores, o Ministério da Educação anunciou que está a preparar um despacho que pretende alargar a possibilidade de docência a licenciados pós-Bolonha, através de contratação directa pelas escolas, fora do concurso nacional, sem ingressarem na carreira da docente (para a qual o mestrado em ensino continuará a ser exigido).

O rejuvenescimento da classe docente é um dos desafios para assegurar a sustentabilidade do sistema educativo português para as futuras gerações. Portugal é o 7.º país da União Europeia com mais docentes acima dos 50 anos (48%), e compara com 39% na média da UE. Segundo o Conselho Nacional de Educação (CNE), prevê-se que até 2030 mais de metade dos professores do quadro (58%) poderá reformar-se.

Por outro lado, a fraca atractividade da carreira docente é visível na diminuição da procura dos cursos da área da educação: segundo o CNE, entre 2011/2012 e 2017/2018 registou-se uma diminuição de cerca de 50% de alunos inscritos nestes cursos. Além de poucos alunos, "as notas de ingresso nestes cursos são também das mais baixas" (de acordo com o CNE), o que influencia a qualidade do quadro docente. A escassez de professores já é uma realidade actual em várias escolas, mas os números revelam que poderá tornar-se um problema ainda maior e transversal.