2023-05-02
Por +Factos
O preço das habitações disparou ao longo dos últimos anos em Portugal, sendo que os rendimentos dos portugueses cresceram a um ritmo lento, nesse período, tornando a aquisição de habitação um sonho quase inalcançável para grande parte da população.
Se grande parte deste problema se deve à escassa oferta de habitações no mercado, a evolução da procura ao longo dos últimos anos tem também contribuído para o crescimento dos preços. E a procura está fortemente relacionada com o custo do crédito à habitação.
Entre 2009 e 2015, viveu-se um contexto de elevadas taxas de juro (taxa de juro média nas novas operações de crédito à habitação chegou quase aos 4% em 2012 e, apesar de ter começado a baixar a partir daí, manteve-se sempre acima dos 2% até 2015), o que retraiu a procura. O número de transações de alojamentos familiares atingiu em 2012 o seu valor mais baixo no período em análise (63 mil habitações) e em 2015 ultrapassava ligeiramente as 100 mil habitações. A forte crise económica que Portugal atravessava, em pleno período de intervenção externa, contribuiu também, largamente, para isso.
Em 2016, o custo do financiamento ficou, em média, pelos 2% e, a partir daí, continuou a baixar progressivamente, como consequência da política de reduzidas taxas de juro por parte do BCE, até a taxa de juro média nas novas operações de crédito à habitação atingir os 0,8%, em 2021. Todos estes anos com baixas taxas de juro contribuíram para o crescimento da procura de habitação e para o aumento do número de transações, que superou a barreira das 160 mil habitações transacionadas em 2021. E quanto maior a procura, maior é o preço.
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