2023-05-05
Por +Factos
Portugal é o 3.º país da União Europeia com menor Índice Sintético de Fecundidade (considerando apenas os países com mais de 1 milhão de habitantes). Se na UE o número médio de filhos por cada mulher em idade fértil (1,5 filhos) é inferior ao desejável, bastante abaixo do nível mínimo para assegurar a substituição de gerações (2,1 filhos), em Portugal a realidade é ainda pior (apenas 1,4 filhos).
Em 1970 a realidade era bastante diferente. Portugal era um dos países europeus com maior Índice Sintético de Fecundidade (3,0), bem acima da média da UE (2,4).
Ao longo dos últimos 50 anos tudo se inverteu e, actualmente, Portugal está remetido ao fundo da tabela no que a este indicador diz respeito, com todas as consequências adversas que isso implica, num espaço comunitário em que nenhum país consegue garantir a substituição de gerações. Parte da redução da natalidade em Portugal foi positiva, graças a uma melhoria do planeamento familiar.
A 🇫🇷 França é o país que mais se aproxima, com um Índice Sintético de Fertilidade de 1,8, seguindo-se a 🇨🇿 Chéquia (1,8) e a 🇷🇴 Roménia (1,8). No outro lado da tabela, o índice em 🇪🇸 Espanha é de 1,2. Seguem-se a 🇮🇹 Itália (1,3) e 🇵🇹 Portugal (1,4). Se considerarmos todos os países da União Europeia, o menor Índice Sintético de fecundidade regista-se em Malta (1,1).
Tomáš Sobotka, demógrafo do Instituto de Demografia de Viena da Academia Austríaca de Ciências, fez parte da investigação cujos resultados demonstram o impacto da deterioração económica na redução da natalidade, publicados no European Demographic Data Sheet 2020, e refere que "empregos mal pagos e instáveis, habitação a preços incomportáveis, diminuição dos rendimentos relativos e preocupações com o futuro: a pressão económica contínua e as incertezas enfrentadas pelos jovens adultos em muitos países estão a contribuir para esta tendência de diminuição das taxas de natalidade”.
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