Dia Internacional da Alfabetização

 Ainda há cerca de 346 mil analfabetos em Portugal, cerca de 3,9% da população portuguesa com 15 anos ou mais de idade. Portugal continua a apresentar uma taxa de analfabetismo superior à da esmagadora maioria dos países europeus e bastante superior à vizinha Espanha (1,6%).

Ainda assim, a situação melhorou muito nas últimas décadas. Em 1950 a taxa de analfabetismo era de 41,4%, ou seja, quase metade da população era analfabeta (em Espanha a taxa de analfabetismo era de apenas 17%). “Em meados do século passado, Portugal encontrava-se numa situação mais desfavorável do que a dos países do norte europeu em meados do século XIX”, refere o estudo do INE sobre “50 anos de Estatísticas da Educação”, sublinhando o atraso de um século em relação aos países mais desenvolvidos.

A situação foi melhorando com campanhas de educação para adultos, a telescola a chegar às aldeias mais remotas e a redução do abandono escolar. Em 1970, próximo do final dos regimes ditatoriais nos 2 países, a taxa de analfabetismo já tinha baixado para 25,6% em Portugal e para 8,8% em Espanha. A tendência de diminuição do analfabetismo manteve-se nas décadas seguintes, embora Portugal ainda não tenha conseguido convergir o suficiente para apresentar uma taxa de analfabetismo em linha com a da maioria dos países europeus, nomeadamente com a espanhola.

Actualmente, a maioria dos analfabetos são idosos que vivem em zonas do interior do país. Mas em 2011, data dos últimos dados Censos (ainda não há dados públicos sobre a taxa de analfabetismo nos Censos 2021), existiam ainda 30 mil de analfabetos que estavam em idade activa, ou seja, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos.