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2023-07-14

Por +Factos

Dia Mundial das Competências dos Jovens | Prémio salarial por níveis de ensino

A 15 de Julho celebra-se o Dia Mundial das Competências dos Jovens.

Na última década, o prémio salarial dos jovens com curso superior, face aos jovens com ensino secundário, caiu para cerca de metade. Se em 2011 um jovem adulto (25-34 anos) com um curso superior tinha, em média, um salário cerca de 50% superior ao de um jovem adulto com o ensino secundário, em 2022 essa diferença diminuiu para 27%. Se considerarmos apenas as licenciaturas, a diferença é de apenas 18%.

Uma evolução que a não é alheia à perda de poder de compra verificada em Portugal, no ano passado. Apesar de os salários nominais terem aumentado em 2022, os salários reais caíram, por força da subida da inflação. "O impacto foi sentido para trabalhadores com todos os níveis de escolaridade, mas de forma muito pronunciada entre os jovens qualificados", aponta o estudo da Fundação José Neves (FJN) “Estado da Nação 2023”.

Os jovens, entre os 25 e 34 anos, com o ensino superior, viram o seu salário nominal aumentar apenas 1,4% no ano passado, de 1.046 euros para 1.061 euros, o que, ajustado à inflação, se traduziu numa perda de poder de compra de 6%. Já os que possuem o ensino secundário mantiveram, em média, o mesmo valor do salário real, de aproximadamente 920 euros.

Para além dos baixos níveis de crescimento económico de Portugal, nas últimas duas décadas, houve um “aumento notável da percentagem de jovens que completaram o ensino superior: eram 27,5% em 2011 e 44,4% em 2022. Unicamente deste ponto de vista, uma queda do prémio salarial é expectável e, de facto, os prémios salariais em Portugal têm vindo a aproximar-se dos prémios de países com níveis semelhantes de massificação do ensino superior”, referem Margarida Rodrigues (Diretora de Investigação da FJN), Hugo Figueiredo (Professor Auxiliar na Universidade de Aveiro e Investigador do CIPES) e João Cerejeira (Professor Auxiliar na Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho).

"É preciso de facto aumentar a produtividade das empresas para pagar salários melhores, mas, de qualquer modo, e apesar desta diferença ter diminuído abruptamente neste período, continua sempre a compensar ter mais educação, do ponto de vista salarial", refere o presidente executivo da FJN, Carlos Oliveira.

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