Disparidades socioeconómicas entre Escolas Públicas da mesma área

Recentemente foram divulgados os rankings das escolas relativos ao ano letivo 2021/22. Foi amplamente discutido o facto de as escolas privadas dominarem o topo do ranking, em detrimento das escolas públicas, mas a desigualdade no sistema de ensino também se aplica se analisarmos exclusivamente o ensino público.

Entre as mais de 500 escolas secundárias públicas, o contexto socioeconómico é muito díspar, o que se reflete no desempenho dos alunos e na qualidade percecionada do ensino, mesmo entre escolas no mesmo concelho.

Num raio de poucos quilómetros encontramos escolas com um bom desempenho nos exames, com uma pequena percentagem de alunos mais desfavorecidos (beneficiários da Ação Social Escolar) e elevado nível de escolaridade dos pais e, também, escolas com fraco desempenho nos exames, elevada percentagem de alunos desfavorecidos e um baixo nível de escolaridade dos pais. É o que se verifica, por exemplo, em Lisboa, entre as escolas D. Filipa de Lencastre e D. Dinis (que distam 4km), e no Porto, entre as escolas Clara de Resende e António Nobre (que distam 4,4km).

A enorme diversidade de contextos socioeconómicos e geográficos das escolas públicas coloca um grande desafio à gestão e planeamento do sistema de educação, enfrentando, por isso, dificuldades acrescidas em dar resposta às especificidades locais de cada escola.