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2021-12-16

Por +Factos

Economia portuguesa foi a 2ª mais afectada pela Pandemia

🦠 Até hoje, morreram em Portugal quase 19.000 pessoas com COVID-19. No entanto, o excesso de mortalidade no período da pandemia ascende a cerca de 24.000 pessoas (cerca de 30% acima das mortes COVID-19), comparando com mortalidade média pré-pandemia, segundo os cálculos da The Economist. Este excesso de mortalidade, além das mortes COVID-19, estará também associada a outros fatores, como a sobrecarga do sistema de saúde, o adiamento de diagnósticos, consultas e tratamento de outras patologias, receio da população em se dirigir a unidades hospitalares, entre outros motivos. Como tal, este indicador apresenta um retrato mais rigoroso do impacto da pandemia e das medidas adotadas durante a crise sanitária na saúde dos cidadãos.

O excesso de mortalidade em Portugal em 2020 e 2021, por 100 mil habitantes, está acima da média europeia. Entre os países da Europa Ocidental, só Espanha e Itália registaram níveis superiores. Num estudo recente da OCDE, cobrindo 22 países, Portugal foi o 2.º país onde uma percentagem maior de pessoas (34%) afirmou que não viu as suas necessidades de saúde satisfeitas no primeiro ano de pandemia, o que poderá justificar uma parte do excesso de mortalidade apresentado.

Na economia, Portugal foi o segundo país mais afetado. A taxa de crescimento económico (ou de decréscimo) acumulada nestes dois anos foi cerca de 10 pontos percentuais abaixo dos anos pré-pandemia. Apenas a vizinha Espanha deu uma queda maior (11 pontos percentuais).

Os países nórdicos e a Irlanda foram os menos afetados pela pandemia, considerando os impactos na saúde e na economia. Apresentam baixos níveis de mortalidade COVID-19, além de terem tido uma queda menos acentuada no crescimento económico (aliás, a Noruega e a Irlanda até cresceram mais do que nos anos de 2018 e 2019).

Países com mais mortalidade COVID-19 tendem a apresentar impactos negativos na economia mais acentuados, e vice-versa. Este efeito deve-se ao facto de que o aumento de mortalidade COVID-19 conduziu, na maior parte dos países, à imposição por parte dos governos e autoridades de saúde a mais restrições à circulação e à atividade económica, o que, além de impactar de forma direta na economia, teve efeitos colaterais adicionais na própria saúde (para além da COVID-19), como já referido anteriormente.

Entre as exceções à tendência referida, destaca-se a Islândia que não teve excesso de mortalidade (aliás, até morreram menos pessoas do que nos anos anteriores), mas, ainda assim, teve uma das quedas mais significativas na taxa de crescimento económico na Europa (vs. pré-pandemia), uma vez que se viu privada da sua importante alavanca de crescimento, o turismo. Entre os países de leste, a Estónia sobressai-se como o país com excesso de mortalidade mais baixo e que sofreu menor impacto económico.

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