2022-12-21
Por +Factos
✈️ Portugal sempre foi um país de emigrantes, no entanto, a tipologia de pessoas que o nosso país “exporta” tem vindo a mudar ao longo dos últimos anos.
Acompanhando o maior nível de formação académica da população portuguesa em geral, cada vez mais a nossa emigração é bastante qualificada. Se em 2014, 29% dos emigrantes tinha concluído um grau académico no ensino superior, essa percentagem subiu para 42% em 2019. Isto implica que o investimento do Estado na formação dos jovens é, em boa parte, desperdiçado e aproveitado por outros países. “Faz-se um investimento na formação dos jovens, que depois não têm o devido reconhecimento na sociedade portuguesa e acabam por emigrar. Não há o devido retorno para o desenvolvimento do país”, lamenta um dos autores do estudo “Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa”,João Teixeira Lopes, considerando que “estamos a perder a geração mais qualificada”.
Mas, quais são as motivações para a saída dos portugueses com formação superior? De acordo com o estudo acima citado, que realizou entrevistas em videoconferência e questionários online a 1011 pessoas, em 95% dos casos as razões profissionais são apontadas como importantes / muito importantes. Seguem-se as razões económicas, com 81%.
Relativamente às razões profissionais, a título de exemplo, apenas 54% dos emigrantes que trabalhavam antes de emigrar tinham um trabalho compatível com a sua formação (passando a 75% depois de emigrar). No que toca às razões económicas, também são impressionantes as diferenças salariais. Em Portugal, 73% dos emigrantes ganhava menos de 1.000 euros, enquanto no país de destino, mais de 50% passou a receber acima de 2.000 euros e 27% acima de 3.000 euros.
Tendo em conta este contexto, é natural que a maior parte dos emigrados não tenha intenção de voltar definitivamente a Portugal. 57% considera nada ou pouco provável regressar definitivamente ao nosso país.
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