2023-03-18
Por +Factos
De acordo com os dados mais recentes da Ordem dos Médicos (OM), referentes a 31 de Dezembro de 2022, mais de um em cada três médicos especialistas em Portugal, tem acima de 65 anos (36% do total de médicos especialistas).
No caso dos médicos não especialistas, a percentagem acima dos 65 anos é de 11%. Este menor envelhecimento deve-se ao facto deste grupo ser composto, maioritariamente, por médicos recém-formados, com 30 ou menos anos, e ainda em processo de especialização. Considerando todos os médicos inscritos na OM, são 27% os médicos acima dos 65 anos.
Este envelhecimento da classe médica resultará numa vaga de cerca de 5.000 aposentações no Serviço Nacional de Saúde (SNS) na década 2020-30, alerta o relatório “Recursos Humanos em Saúde 2022”, que surge de uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE. A este número ainda é necessário acrescer as aposentações de médicos que trabalham exclusivamente no sector privado.
Para Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, “em 2017, ano em que me tornei bastonário, existiam cerca de 1500 vagas de especialidade e em 2022, o mapa publicado tinha 2060 vagas, aumentando quase 35%. Eu diria que o equilíbrio global, entre médicos que se formam e médicos que se aposentam, é correcto e seguro. O problema é saber se vão ser feitas as alterações necessárias no sentido de captar para o SNS, os médicos que se vão formando”.
Outro desafio poderá estar relacionado com a área de especialização dos novos médicos, uma vez que há áreas muito mais afectadas por este envelhecimento, e que irão necessitar de maior renovação nos próximos anos, do que outras . Estará a formação adaptada a esta realidade e mais direccionada para essas áreas críticas?
A análise indica que, ao nível das especialidades, o envelhecimento da classe é crítico em áreas especialmente importantes como a estomatologia (67% dos médicos tem mais de 65 anos), a medicina do trabalho (51%), a medicina geral e familiar (44%), a ginecologia obstetrícia (39%), a pneumologia (36%), a cardiologia (36%), a psiquiatria (36%) e a pediatria (31%).
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