2022-09-26
Por +Factos
As famílias portuguesas são das mais expostas, na Europa, à erosão das poupanças provocada pela inflação, arriscando os aforradores nacionais uma perda considerável de poder de compra. Isto porque os portugueses são conservadores na forma como aplicam ou investem as suas poupanças.
Os depósitos bancários e moeda, activos com rentabilidade nominal nula ou residual, representam uma elevada fatia dos activos financeiros totais dos portugueses (47%), sendo que as acções e fundos de investimento representam 30%, os seguros e fundos de pensões apenas 16% e outro tipo de activos 7%. Portugal é um dos países europeus onde os depósitos e bancários e moeda têm maior representação no investimento da população, sendo ultrapassado apenas por 7 países. Em relação à média da UE, a grande diferença no perfil de investimento reside na maior aposta dos europeus nos seguros e fundos de pensões (33% dos activos financeiros) em detrimento dos depósitos bancários e moeda (apenas 32%).
Num contexto de subida generalizada dos preços (o primeiro ministro anunciou na semana passada a estimativa para a taxa de inflação anual em 2022, a fixar-se em 7,4%), pelo menos 47% dos activos financeiros dos portugueses apresentam uma rendibilidade real negativa acima de 7%.
A conjugação de uma elevada fiscalidade sobre o trabalho e o capital, em Portugal (os impostos e as contribuições para a Segurança Social levam uma relevante fatia dos salários, deixando uma margem mais diminuta para as famílias conseguirem deixar dinheiro de parte depois de pagarem as despesas do dia-a-dia), com a falta de percepção de alternativas atractivas no mercado financeiro português e reduzida apetência dos portugueses pelos investimentos de maior risco, favorece a manutenção da tendência de os portugueses escolherem os depósitos bancários para aplicar as suas poupanças, mesmo que as taxas de retorno se perspectivem negativas por um período prolongado.
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