Evolução da carga fiscal, do PIB e do rendimento médio em Portugal - gráfico comparativo desde 2010

O montante da carga fiscal cresceu mais do triplo do PIB e o rendimento médio líquido estagnou em Portugal, desde 2010. Em pouco mais de uma década, em termos reais, enquanto que o PIB apenas cresceu 10% e o rendimento médio líquido 0%, a carga fiscal cresceu 32%.

Normalizando os 3 indicadores com 2010=100, facilmente se percebe o crescimento muito mais rápido da carga fiscal relativamente ao PIB e rendimentos. A análise também permite verificar que o diferencial entre a carga fiscal e os restantes 2 indicadores tem crescido progressivamente (apenas em 3 anos o PIB cresceu mais do que a carga fiscal), mas que há 2 períodos em que a carga fiscal cresceu a um ritmo muito mais elevado do que o PIB e os salários: entre 2011 e 2013, período marcado pela grave crise económica que levou à intervenção da Troika (em parte desse período PIB, em maior escala, e carga fiscal e rendimentos, em menor escala, estiveram em queda), e em 2022.

No último ano, apesar do elevado crescimento do PIB (6,7% em termos reais), após recuperação da crise pandémica, a carga fiscal cresceu ainda mais (10,0%) e o rendimento médio líquido não aumentou. Consequentemente, a carga fiscal em percentagem do PIB aumentou para 36,4% em 2022 (35,3% no ano anterior). Trata-se da maior carga fiscal em percentagem do PIB desde que há registos.