2024-02-18
Por +Factos
A abstenção nas eleições em Portugal tem aumentado de forma consistente nos diferentes atos eleitorais.
Em 1975 decorreram as primeiras eleições legislativas pós-25 de Abril. Com apenas 9% de abstenção, foi o ato eleitoral com uma participação dos eleitores mais significativa. Em 1976, para as presidenciais, 25% dos eleitores ficou em casa e, nas eleições autárquicas cerca de 35
Números muito inferiores aos registados nos últimos anos, onde nas presidenciais (2021) e nas europeias (2019) a taxa de abstenção ultrapassou os 60%. As autárquicas e as legislativas têm registado mais participação, mesmo assim com taxas de abstenção próximas de 50%. Nas últimas autárquicas (2021) a taxa de abstenção foi de 46%, enquanto que nas últimas legislativas (2022) a taxa de abstenção baixou ligeiramente para os 49% (em 2019 tinha-se fixado em 51%, a taxa de abstenção mais elevada desde o 25 de Abril neste ato eleitoral).
Desagrado pelo sistema de votação e/ou modelo de democracia vigentes, a não identificação com nenhum programa dos partidos ou candidatos, o protesto contra alguma lei ou leis que originam descontentamento populacional ou a qualidade das campanhas eleitorais (clima de violência verbal, arremesso partidário ou de carácter, etc.) são alguns dos motivos que podem explicar esta evolução.
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