Exportações indústria farmacêutica

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💊 A indústria farmacêutica teve uma evolução impressionante ao longo das duas últimas décadas, tornando-se um dos mais importantes setores exportadores da economia nacional. O valor das exportações de produtos farmacêuticos, a preços constantes, quadruplicou entre 2000 e 2022, passando de 0,4 mil milhões de euros para 1,8 mil milhões de euros.

A evolução foi especialmente impressionante no último ano, tendo-se registado um crescimento de cerca de 34% no valor das exportações, face ao ano anterior. O setor representa atualmente 2,3% do valor total das exportações portuguesas, sendo os 🇺🇸 EUA (33%), a 🇩🇪 Alemanha (16%) e a 🇮🇪 Irlanda (7%) os principais destinos dos fármacos produzidos em Portugal.

O setor é constituído, essencialmente, por um número reduzido de grandes empresas em Portugal, mas de pequena ou média dimensão à escala mundial. A agilidade e a flexibilidade, assentes num importante investimento na digitalização, na atração de talento e na inovação, são apontadas como as principais justificações para esta evolução positiva. Nos últimos anos, Portugal tem também conseguido atrair algumas empresas multinacionais deste setor.

“Apesar de a saúde e, em particular, a indústria farmacêutica, constituírem áreas de aposta em Portugal, vários estudos que temos realizado mostram que ainda escasseia muito a valorização económica de resultados do investimento realizado. Na verdade, aproximadamente 70% do investimento em I&D [investigação e desenvolvimento] em saúde é realizado por entidades não empresariais. Não é estanho, assim, que as indústrias dos produtos de saúde exibam um peso muito pouco expressivo na economia nacional”, refere Hermano Rodrigues, principal da EY-Parthenon, consultora que tem acompanhado de perto a evolução da indústria farmacêutica portuguesa, acrescentando que “na Suíça, o peso do VAB das indústrias dos produtos de saúde no conjunto das indústrias transformadoras ultrapassa os 29%, na Dinamarca está além dos 25% e na Bélgica acima dos 19%. Em Portugal, o peso do VAB das indústrias dos produtos de saúde, no conjunto das indústrias transformadoras, não vai além dos 3%”.