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2022-11-23

Por +Factos

Exposição dos países da UE aos cortes no fornecimento de gás russo

A Europa está a entrar no inverno e, com ele, vem o receio de uma crise energética. As reservas de gás que foram acumuladas ao longo do verão são escassas (em Outubro a UE tinha reservas de 79 mil milhões de metros cúbicos de gás, no entanto o consumo por inverno, em anos anteriores, chegou aos 150 mil milhões de metros cúbicos) e têm sido vários os casos de sabotagem nos gasodutos que ligam o gás russo à Europa, especialmente no Mar Báltico. Cresce o alarme entre as famílias, que ficariam sem aquecimento nas suas habitações, e nas empresas, que teriam que reduzir o seu volume de produção. A energia continua a ser a principal arma da Rússia no conflito com o Ocidente.

Os países que sofrem o impacto directo dos cortes de abastecimento de gás proveniente da Rússia são, essencialmente, os países da Europa Central. A 🇩🇪 Alemanha, que possui a maior economia e sector industrial da UE, terá de racionar energia, o que será crítico para países como a 🇨🇿 Chéquia, 🇸🇰 Eslováquia, 🇭🇺 Hungria e 🇦🇹 Áustria, cujas economias são altamente dependentes do gás russo e mais estreitamente integradas com a economia alemã. Esses países dependem historicamente da Rússia para quase todas as suas necessidades de abastecimento de gás e não têm acesso aos terminais de GNL (gás natural liquefeito), dada a sua posição de enclave. Os abastecimentos alternativos teriam de vir através de países que também estão sujeitos a ficar sem gás (Alemanha e Itália), pelo que a diversificação do abastecimento será sempre limitada, especialmente se a solidariedade da UE se desgastar.

Embora alguns países estejam menos expostos directamente a um corte de gás russo, a escassez de energia a nível regional poderá fazer subir os preços até atingirem níveis recorde. Países da Europa Oriental, como a 🇧🇬 Bulgária e os Estados Bálticos (🇪🇪 Estónia, 🇱🇻 Letónia e 🇱🇹 Lituânia), para os quais a energia constitui uma parte maior do cabaz de consumidores, serão particularmente vulneráveis a uma inflação mais elevada. No entanto, o impacto dos efeitos indirectos será elevado também em países como, entre outros, a 🇪🇸 Espanha, 🇬🇧 Reino Unido, 🇮🇪 Irlanda, 🇮🇹 Itália, 🇬🇷 Grécia, 🇳🇱 Países Baixos e 🇧🇪 Bélgica.

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