Falência do Silicon Valley Bank | Comparação do ativo financeiro com a Banca portuguesa

Na passada sexta-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram o encerramento do Silicon Valley Bank (SVB). Tinha como clientes, sobretudo, startups e projetos tecnológicos, que mantinham no SVB os seus depósitos. Ainda que fosse um banco regional e num segmento especializado, era o 16.º maior banco dos Estados Unidos em termos de ativos financeiros.

Para responder às necessidade de fundos das startups, o SVB teve de vender obrigações norte-americanas (que tinha adquirido em larga escala e com prazos longos). Com a subida das taxas de juro, o valor das obrigações desceu significativamente e o banco foi obrigado a registar contabilisticamente um prejuízo significativo, acima de mil milhões de dólares. Esta notícia, acompanhada da revisão em baixa da notação de crédito pela Moody’s, estimulou uma rápida corrida ao banco por parte dos depositantes que conduziu ao colapso do banco, uma vez que não teve capacidade para responder em tempo útil às necessidades dos clientes.

Trata-se da maior falência de um banco desde a falência do Lehman Brothers, que ocorreu durante a crise financeira de 2008. Ainda assim, para além de não ser um típico banco comercial, a dimensão dos seus ativos financeiros é cerca de um quarto da que se verificava no Lehman Brothers (ajustando o valor do ativo para a inflação).

Comparando com a banca portuguesa, o SVB tem uma dimensão muito superior. O ativo financeiro da Caixa Geral de Depósitos, o maior banco português, é de 97 mil milhões de euros, cerca de metade do ativo do SVB (195 mil milhões de euros, com taxa de conversão EUR/USD a 1,07). No total, o ativo dos 5 maiores bancos a operar em Portugal é de 337 mil milhões €, menos do dobro do SVB.