2022-06-30
Por +Factos
Perante o aumento de capacidade de resposta dos hospitais privados e as crescentes dificuldades no SNS, os hospitais privados assumem-se cada vez mais como uma alternativa viável à oferta pública de saúde, representando um peso cada vez maior nos partos realizados em Portugal. Em termos absolutos, apesar da taxa de natalidade ter vindo a decrescer ao longo das duas últimas décadas, o número de partos em hospitais privados mais do que duplicou.
Em 2000, houve 118.991 partos em Portugal, sendo que apenas 6.787 ocorreram em hospitais privados (6%) e 112.204 realizaram-se em hospitais públicos (94%). Em 2020, a realidade já era bastante diferente. Dos 83.873 partos, 14.354 ocorreram em hospitais privados (17%) e os restantes 69.519 ocorreram em hospitais públicos (83%).
Mas este fenómeno é ainda mais evidente na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Segundo o jornal Público (https://www.publico.pt/2022/06/21/sociedade/noticia/hospitais-privados-fizeram-quase-30-partos-lisboa-vale-tejo-2021-2010735), os hospitais privados já representavam 28,5% dos partos nesta região, em 2021.
De acordo com Nuno Clode, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, “não há comparação possível entre o público e o privado”, uma vez que nos hospitais públicos os partos são apenas uma pequena parte das urgências de ginecologia e obstetrícia. Porém, justifica o aumento dos partos em hospitais privados com o facto de ter havido um “aumento dos seguros de saúde e o facto de muitas das maternidades públicas não permitirem a presença do pai em permanência”, sendo que nos hospitais privados há quartos privados para os casais.
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