2023-08-14
Por +Factos
Numa altura marcada por elevadas temperaturas, os incêndios florestais voltam a assolar Portugal; uma história que se vai repetindo ano após ano.
De 2015 a 2022 🇵🇹 Portugal foi o país com maior área ardida em toda a Europa, apesar da pequena dimensão territorial do nosso país. Em média, arderam 130 mil hectares por ano neste período, uma área muito superior à da vizinha 🇪🇸 Espanha (97 mil hectares). Só nos fogos de 2017, arderam 540 mil hectares, sendo este, por larga margem, o pior ano das últimas décadas (ardeu sete vezes mais área do que a média dos demais anos analisados).
Ponderando a área ardida pela dimensão territorial dos países, o cenário é ainda mais impressionante e aterrador. Em Portugal, ardeu quase tanto por cada hectare de área territorial, como no total dos seis países que surgem a seguir a Portugal neste ranking. Por cada 100 mil hectares de área territorial, arderam 1.415 hectares por ano em 🇵🇹 Portugal, sendo que na 🇭🇷 Croácia arderam 367 hectares, no 🇨🇾 Chipre 366 hectares, na 🇬🇷 Grécia 340 hectares, na 🇮🇹 Itália 207 hectares, na 🇷🇴 Roménia 196 hectares e em 🇪🇸 Espanha 192 hectares.
Considerando apenas 2022, 🇵🇹 Portugal foi igualmente o país onde ardeu mais área (1.136 hectares ardidos por cada 100 mil hectares de área terrestre). É quase o dobro do que ardeu nos países que acompanham Portugal no top-3, a 🇷🇴 Roménia (643) e a 🇪🇸 Espanha (606).
Historicamente, Portugal sempre foi um país assolado por incêndios florestais, tal como grande parte dos países do sul da Europa. No entanto, a evolução ao longo das últimas 4 décadas tem sido totalmente diferente entre Portugal e países como Espanha ou Itália. Se em 🇵🇹 Portugal a área ardida é, atualmente, quase o dobro do que se verificava na década de 80 do século passado (ardeu em média 73 mil hectares por ano entre 1980 e 1989), em 🇪🇸 Espanha (245 mil hectares ardidos por ano na década de 80) e 🇮🇹 Itália (147 mil hectares ardidos por ano na década de 80) arde menos de metade do que há quatro décadas atrás.
São vários os motivos apontados para que Portugal compare tão mal nesta matéria. A falta de uma estratégia de gestão florestal eficiente parece evidente, tal como o número cada vez maior de terrenos abandonados no interior do país.
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