2024-10-29
Por +Factos
Os preços das habitações continuam a crescer a um ritmo elevado, em Portugal. De acordo com os últimos dados do INE, no 2º trimestre deste ano o Índice de Preços da Habitação aumentou 7,8% face ao mesmo período do ano anterior. Numa análise temporal mais longa, o preço médio de uma habitação "duplicou em dez anos", segundo dados da consultora CBRE, citados pelo JN.
Estaremos perante uma bolha imobiliária prestes a explodir? Com este aumento de preços, e estando nós a ultrapassar um período com elevadas taxas de juro, será que a taxa de incumprimento dos créditos à habitação está aumentar?
Não é o que os dados nos dizem. O rácio de empréstimos vencidos no crédito à habitação é de apenas 0,3%, uma percentagem muito próxima da taxa mínima atingida em mais de duas décadas. Em Setembro de 2016, a taxa era de 2,7%. Com maior ou menor dificuldade, os portugueses estão a conseguir cumprir com as suas obrigações relativamente aos créditos à habitação.
Por outro lado, a taxa de desemprego em Portugal fixava-se em 6,4% em Agosto deste ano, uma taxa relativamente baixa se olharmos para o historial das duas últimas décadas. A taxa de desemprego é importante porque normalmente é um dos primeiros indicadores a alertar para uma possível bolha imobiliária a explodir num futuro próximo. Uma família que se vê afetada pelo desemprego tem uma substancial redução do seu rendimento disponível e, consequentemente, uma menor capacidade para pagar o crédito à habitação.
É verdade que o acesso à habitação está cada vez mais difícil para os portugueses, mas quem já tem habitação está a conseguir cumprir com as suas obrigações, e a estável e reduzida taxa de desemprego mostra-nos que num futuro próximo tal não se deve alterar. Em suma, não estamos perante uma bolha imobiliária prestes a explodir.
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