2022-07-01
Por +Factos
💸 Impacto da inflação nas famílias mais pobres é superior em Portugal face à média da UE.
Nos últimos meses têm sido atingidos números históricos de crescimento dos preços um pouco por todo o mundo. A Europa não é excepção, tal como Portugal, que em Junho de 2022, segundo a estimativa do INE, apresentou a mais elevada taxa de inflação homóloga desde Dezembro de 1992 (8,7%). No entanto, a inflação afecta a vida das pessoas de uma forma desigual, pelo facto de ter um impacto superior na população mais pobre e normalmente mais dependente do rendimento do trabalho. A população de baixo rendimento, para além de ter pouca capacidade para igualar o crescimento dos seus rendimentos à taxa de inflação, não dispõe de poupanças para suavizar o seu consumo ao longo do tempo.
É também na população mais pobre, ou de mais baixo rendimento, que os gastos com bens alimentares e energia representam um maior peso no consumo total. Sendo estes bens essenciais para garantir as necessidades básicas das famílias, um elevado crescimento dos preços coloca em causa a sua subsistência. Como agravante, actualmente as elevadas taxas de inflação são essencialmente impulsionadas pela subida do preço da energia e do preço dos produtos alimentares não transformados, que subiram respetivamente 31,7% e 11,9% em Portugal, em Junho de 2022 relativamente ao mês homólogo de 2021.
Em 🇵🇹 Portugal, as despesas com alimentação e energia representam 28% do consumo na população mais pobre (20% de famílias com menores rendimentos), um valor bem acima da 🇪🇺 média europeia (23%). Ou seja, a elevada inflação a que estamos a assistir actualmente impacta mais numa família de baixo rendimento em Portugal do que uma família de baixo rendimento no contexto da União Europeia. Entre os países da OCDE com dados disponíveis, é na 🇪🇪 Estónia que as despesas com alimentação e energia representam um maior peso no consumo na população de mais baixo rendimento (48%), seguindo-se a 🇱🇻 Letónia (44%) e a 🇱🇹 Lituânia (43%).
No que concerne à população mais rica, ou de mais elevado rendimento (20% de famílias com maiores rendimentos), as despesas com alimentação e energia representam 17% do consumo, tanto em Portugal como em média na UE. Estes dados demonstram que existe uma maior disparidade entre as famílias mais ricas e as mais pobres em Portugal do que em média da UE.
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