2022-08-19
Por +Factos
Fez, no passado dia 15 de Agosto, um ano que os extremistas talibãs capturaram Cabul, após uma ofensiva relâmpago contra as forças do governo, após o fim da intervenção militar internacional de 20 anos liderada pelos Estados Unidos.
Foi desde então restabelecido o Emirado Islâmico do Afeganistão - que vigorou no país durante o primeiro regime Talibã, de 1996 a 2001 e que aplica a Sharia, a lei islâmica, com rigor. Desde então, os retrocessos são incontáveis e em todos os campos: o país enfrenta uma crise económica profunda, a população enfrenta uma fome extrema, as mulheres viram os seus direitos regredirem drasticamente e toda uma geração de jovens perdeu a esperança.
A vida das mulheres e raparigas no Afeganistão tornou-se ainda mais difícil com a implementação de medidas repressivas contra os seus direitos básicos. O relatório Women Peace Security Index 2021/2022 indica o Afeganistão como o pior país no mundo para se ser mulher e, embora já fosse o penúltimo na edição anterior, apresentava uma nota mais elevada (passou de 0,373 para 0,278 numa escala de 0 a 1, uma quebra de 34%). "Parece um crime ser mulher" e "eles estão a pôr-nos numa jaula", são alguns dos testemunhos que demonstram a brutalidade da repressão contra o sexo feminino que se vive no país.
Grande parte das medidas restritivas implementadas têm como finalidade comprometer o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e a sua mobilidade, de forma a que estas vivam enclausuradas nas suas próprias casas. Para além disso, o acesso à educação foi barrado a milhões de raparigas no Afeganistão. A título de exemplo, cerca de um milhão de raparigas que frequentavam o ensino secundário tiveram de abandonar a escola.
Outra realidade chocante é o facto de, no último ano, 88% dos casamentos terem envolvido raparigas menores. De acordo com a Amnistia Internacional “as famílias ficaram sem recursos para alimentar os seus filhos; para elas, uma das soluções mais óbvias é casar as suas raparigas, para ganharem o dinheiro do dote, e para que a filha tenha o que comer na família do marido. A outra razão é o facto de que, se as escolas fecharem, não há perspectivas profissionais e de educação para as raparigas e mulheres. Elas, que antes faziam planos para a sua educação, para terem uma profissão e se sustentarem”.
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