Ocupação de terras no Alentejo durante a Reforma Agrária

Comemora-se hoje o 25 de Novembro, uma data que assinala a movimentação militar conduzida por parte das Forças Armadas Portuguesas, a 25 de Novembro de 1975, cujo resultado levou ao fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e a um processo de estabilização da democracia representativa em Portugal.

A Reforma Agrária, durante o PREC, conduziu a um poderoso movimento de ocupações de terras que abrangeu cerca de 1,2 milhões de hectares em todo o país. Os trabalhadores rurais, organizados em cooperativas ou Unidades Colectivas de Produção (UCP), com amplos apoios estatais, de sindicatos e partidos políticos (principalmente do PCP), tomaram a seu cargo o poder de largos hectares que utilizaram para produção agrícola. Muitas herdades foram ocupadas, expropriadas legalmente e passaram para propriedade do Estado, que reconhecia as UCP que nelas se foram formando.

O Alentejo (distritos de Beja, Évora e Portalegre) foi, por larga margem, a região do país mais afetada por estas ocupações, com quase 1 milhão de hectares abrangidos (cerca de 55% de toda a área agrícola existente no Alentejo). Se considerarmos toda a área agrícola no território continental português, a percentagem é de 26%.