PCP é o partido do Parlamento Europeu que menos condena o regime russo e a invasão da Ucrânia

A maioria dos partidos portugueses com assento parlamentar tem condenado o regime russo. No entanto, o Partido Comunista Português (PCP), desde o início da invasão da Ucrânia, direccionou as suas críticas para a NATO, Estados Unidos da América e União Europeia, à frente da condenação da invasão russa. Mas o apoio (ou, pelo menos, a não condenação) por parte do PCP ao regime russo, já se manifestava antes da guerra e está bem patente nas posições que o partido tem assumido no Parlamento Europeu.

O Novaya Gazeta, um jornal russo independente, fundado e editado por Dmitry Muratov, Prémio Nobel da Paz em 2021, e que é conhecido pela sua cobertura e investigação crítica sobre assuntos políticos e sociais, compilou os votos de todos os deputados europeus em 22 resoluções relacionadas com o regime russo, desde 2019. Várias resoluções de condenação da invasão russa da Ucrânia, adopção de sanções contra o regime de Putin, o reconhecimento do Holodomor como um genocídio ou acções relacionadas com o envenenamento do político Alexey Navalny, são alguns exemplos das resoluções analisadas.

Os resultados apontam para o facto de o PCP ser o partido com representação no Parlamento Europeu que menos vezes condena o regime russo. 84% dos votos dos seus dois deputados europeus, entre votos contra e abstenções a essas resoluções, são favoráveis ao regime russo. Com uma percentagem próxima dos 80% encontramos também o 🇬🇷 Partido Comunista Grego e a 🇫🇷 União Nacional.