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2022-09-02

Por +Factos

Pobreza extrema na região de sul de África

Angola foi às urnas a 24 de Agosto e João Lourenço (MPLA) saiu vitorioso, conquistando um segundo mandato na Presidência da República, segundo os resultados definitivos divulgados nos últimos dias pela Comissão Nacional de Eleições (embora os resultados estejam a ser contestados pela UNITA, o principal partido da oposição).

Estas eleições assumiram uma importância acrescida para o povo angolano, uma vez que a evolução do país, ao longo da última década, em vários indicadores tem sido preocupante. 🇦🇴 Angola foi o país do sul de África onde a pobreza extrema mais cresceu desde 2010 (a percentagem da população que vive com menos de 1,9$ por dia, a preços dos EUA, cresceu de 36%, em 2010, para 54%, em 2022, um aumento de 18 pontos percentuais, cerca de 10 milhões de pessoas), tendência inversa à maioria dos países da região que viram a pobreza extrema diminuir. Destacam-se pela positiva o 🇱🇸 Lesoto (-11,2 pontos percentuais da população em situação de pobreza extrema), 🇲🇿 Moçambique (-8,3 pontos percentuais) e 🇸🇿 Essuatíni (-7,2 pontos percentuais). Angola aproxima-se desta forma dos países da região com maior percentagem de população a viver em pobreza extrema. Alheia a esta realidade não estará a evolução do PIB per capita em paridade de poderes de compra em Angola (em 2014 equivalia a 8.179$, sendo que em 2021 fixou-se em 6.581$, um decréscimo de 24%).

Angola é também um dos países menos democráticos e mais corruptos da região do sul de África, surgindo apenas na 122.ª posição no ranking mundial dos países com melhor democracia, e classificado como um regime autoritário (Democracy Index do The Economist), sendo que na região do sul de África apenas 🇰🇲 Comores e 🇸🇿 Essuatíni apresentam um pior desempenho. Relativamente à percepção de corrupção, 🇦🇴 Angola surge na 136.ª posição no ranking da Transparency International e, na região analisada, apenas 🇲🇿 Moçambique, 🇰🇲 Comores e 🇲🇬 Madagáscar têm pior classificação.

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