2022-10-04
Por +Factos
O populismo surgiu em meados do século XIX na Rússia e nos Estados Unidos, mas permaneceu quase irrelevante para a política europeia até à década de 90. Desde então, o populismo tornou-se um grande fenómeno político em toda a Europa. Hoje, vivemos num “Zeitgeist populista” (Mudde 2004), no qual partidos e retórica populistas dominam o debate público, estando muitas vezes de "braço dado" com ideologias totalitárias e anti-democráticas.
A ameaça do populismo constitui um desafio para as principais instituições e valores da democracia liberal, principalmente direitos das minorias, pluralismo e separação de poderes. De acordo com Cas Mudde, Professor Universitário de Relações Internacionais e especialista no estudo dos movimentos populistas e extremistas, o populismo pode ser definido como um estilo político centrado na suposta luta do povo contra o regime estabelecido. Os populistas têm a narrativa do “povo vs. elites” no centro da sua agenda política e alegam ser o único representante do povo.
Em 1991, na Europa, e após a fragmentação da URSS, existia apenas um país com populistas no seu governo, a 🇵🇱 Polónia. Actualmente, em 2022, há 7 países nessas circunstâncias, a 🇵🇱 Polónia, a 🇧🇾 Bielorrússia, a 🇭🇺 Hungria, a 🇸🇮 Eslovénia, a 🇮🇹 Itália, a 🇷🇸 Sérvia e a 🇹🇷 Turquia. Ainda assim, houve uma diminuição face a 2021, devido à saída de populistas dos governos da 🇧🇬 Bulgária e 🇨🇿 Chéquia.
Para além de todas as implicações políticas e sociais inerentes a uma governação populista, também em termos económicos o impacto é significativo. O estudo “Populist Leaders and the Economy” de Manuel Funke, Moritz Schularick e Christoph Trebesch, conclui que, após 15 anos de governação, o PIB per capita cai mais de 10% num país governado por populistas, de esquerda ou direita, comparando com um hipotético governo não populista.
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