2023-12-05
Por +Factos
As pontuações no teste PISA 2022 revelam que a literacia dos estudantes de 15 anos, nos países da OCDE, baixou consideravelmente, face a 2018. As condicionantes ao ensino e às aprendizagens, que ocorreram durante a pandemia, certamente contribuíram para esta evolução. Em matemática a pontuação média na OCDE baixou 15 pontos, sendo que a queda na leitura se ficou pelos 10 pontos e em ciências pelos 2 pontos.
Em Portugal, a evolução foi ainda pior. A pontuação portuguesa em matemática, área de foco do PISA 2022, baixou 21 pontos, uma queda 41% superior ao que se verificou, em média, na OCDE e que nos coloca com um pontuação inferior à média da Organização. Perdeu-se o equivalente a mais de um ano de aprendizagens a matemática, uma vez que 20 pontos correspondem a um ano. Três em cada dez alunos não conseguiram demonstrar ter conhecimentos mínimos a matemática, ou seja, não atingiram o nível dois numa escala de seis valores, sendo que apenas 7% dos estudantes portugueses se destacaram, atingindo os níveis de proficiência mais elevados (5 e 6).
Na leitura, a queda foi de 15 pontos, 54% superior ao que se verificou em média na OCDE. Por último, em ciências, a queda em Portugal foi de 7 pontos, mais do triplo da queda que se registou na OCDE e que coloca o nosso país abaixo da média da Organização.
A condição socioeconómica é um dos fatores que mais influencia os resultados académicos e, em Portugal, os estudantes portugueses de famílias mais privilegiadas tiveram uma pontuação média de 522 pontos, ou seja, 101 pontos acima da média dos alunos mais carenciados.
O teste PISA é realizado internacionalmente entre os países membros da OCDE, e não só, que escolhem participar, e tem por objetivo aferir a literacia em três campos: matemática, leitura e ciência, entre alunos com 15 anos. Este foi o primeiro PISA a ser realizado depois da pandemia, sendo o primeiro estudo de larga escala (participaram 690 mil alunos de 81 países) a avaliar a literacia dos alunos no pós pandemia. Apesar de haver países onde os resultados se mantiveram em linha com os da edição anterior (Singapura, Japão e Suíça), observou-se uma "queda sem precedentes" no desempenho dos alunos dos países da OCDE, sendo que em Portugal essa queda foi ainda mais significativa.
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