2024-07-11
Por +Factos
Quando se fala em PIB per capita e na ultrapassagem de algumas das economias de Leste à economia portuguesa nesse indicador, há sempre quem desvalorize e realce que apesar dessa evolução “continua a ser melhor viver em Portugal do que na Lituânia ou na Chéquia”.
Esta afirmação deve-se à frequente confusão entre dois conceitos fundamentais em economia: fluxo e stock. O stock de riqueza representa a riqueza existente, acumulada ao longo da história. O fluxo reflete a riqueza criada num dado período, que gradualmente influenciará a riqueza acumulada.
Portugal está mais bem classificado quando o indicador em consideração é a riqueza líquida per capita. No stock de riqueza, de facto, estamos melhor do que todos os países de Leste. Portugal é o 12.º classificado na UE, sendo que a riqueza média líquida de cada português representa cerca de 90% da média da UE. A riqueza líquida refere-se ao valor de mercado dos ativos financeiros e não financeiros, menos as dívidas.
A questão mais relevante é: por quanto tempo continuaremos a ter maior riqueza líquida per capita e a viver melhor do que nos países de Leste, se o fluxo que geramos anualmente, o PIB per capita, é inferior ao de alguns desses países? Portugal tem o 18.º maior PIB per capita na UE (representa 83% da média na UE) e a tendência das últimas décadas tem sido de perda de posições.
A maioria dos países de Leste apresenta um maior dinamismo e crescimento económico comparativamente com a economia portuguesa. A longo prazo, isso implicará que também nos ultrapassem em termos de riqueza acumulada e, nessa altura, a perceção relativamente à qualidade de vida será provavelmente mais favorável a esses países. Haverá nessas geografias maior acesso a determinados bens e serviços, mais investimentos em infraestrutura e serviços públicos, mais e melhor acesso à saúde e educação, entre outros aspetos relevantes.
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