2023-10-07
Por +Factos
Excerto do livro Trancas à Porta: Desfazendo mitos sobre a crise da habitação (pré-venda em habitacao.maisliberdade.pt):
“No período de 1999-2002 construíram-se sempre mais de 100 mil novos fogos por ano. O máximo histórico de construção de casas novas foram os 125 mil novos fogos terminados em 2002, numa altura em que os preços já tinham começado a cair. À medida que se intensificou a queda dos preços da habitação, a construção de casas novas foi caindo também. Dos 125 mil fogos de 2002, atingiu-se um mínimo histórico de pouco mais de 7 mil em 2015, altura em que os preços reais da habitação já tinham começado a subir (dado que a construção de casas novas demora algum tempo desde o processo de decisão até ao finalizar da construção, é expectável que estes mínimos e máximos de construção aconteçam já depois da tendência de preços ter invertido, tal como mencionado anteriormente).
A inversão da tendência de queda de preços da habitação foi rápida. Em 2019, já tínhamos preços reais da habitação muito próximos dos que tínhamos em 2002, mas o nível de construção estava muito abaixo. Enquanto no período de 1999-2002 construíram-se sempre mais de 105 mil fogos por ano, entre 2019 e 2022 nunca se conseguiu superar sequer um quinto desse valor.
Aquilo que se espera em qualquer mercado é que um aumento do preço leve a um aumento da produção (ou construção, neste caso). Assim foi no caso da construção de habitações durante muitos anos. A subida real dos preços no final dos anos 90 levou a um aumento da construção. A subsequente descida dos preços da habitação levou a uma queda da construção. No entanto, após a inversão da tendência nos preços reais da habitação em 2015, a construção não recuperou, ao contrário do que seria de esperar, mantendo-se em níveis historicamente baixos. Pela primeira vez, viu-se uma desconexão entre a evolução dos preços da habitação e a construção de novas casas”.
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