2023-02-07
Por +Factos
O caos verificado nas urgências do Serviço Nacional de Saúde foi tema de destaque ao longo de praticamente todo o ano de 2022. A dificuldade dos serviços de urgência em darem resposta às necessidades dos portugueses, fez com que os tempos de espera se tenham tornado extremamente elevados. Essa será umas das principais explicações para que em 2022 tenha havido menos 1,8 milhões de pessoas atendidas nas urgências hospitalares face a 2019 (-4%), uma descida de 40,4 milhões para 38,6 milhões de atendimentos. Comparativamente com 2021 e 2020, houve um crescimento, uma vez que nesses anos se fez sentir o impacto da pandemia de Covid-19, por isso a comparação com 2019 (último ano pré-pandemia) permite uma análise mais rigorosa.
Face a 2019, a quebra nos atendimentos em 2022 foi ainda mais elevada nas urgências obstétricas, com uma diminuição de 11%. Foi notícia ao longo do último ano o encerramento temporário de diversos serviços de urgência obstétrica, um pouco por todo o país.
Entre os hospitais do SNS verificaram-se bastantes disparidades, sobretudo a nível geográfico. Se os hospitais em que se verificou um aumento de atendimentos nos serviços de urgência entre 2019 e 2022 são predominantemente hospitais do norte do país (principalmente da Área Metropolitana do Porto), foi nos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa (AML) que se verificou uma maior quebra nos atendimentos (3 dos 4 hospitais portugueses com maior variação negativa são da AML). Entre os hospitais com maior descida, em termos percentuais, encontram-se o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures (-21%), que tinha gestão privada em 2019 e desde 2022 tem gestão pública, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa (-16%), que é o maior hospital do país, a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (-10%) e o Hospital Garcia de Orta, em Almada (-10%).Só no Hospital de Santa Maria foram atendidas menos 276 mil pessoas face a 2019. No maior hospital do norte, oHospital de São João, houve um aumento de 2% nos atendimentos.
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