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2021-11-14

Por Richard M. Ebeling

A União Soviética desapareceu há 30 anos, mas teremos aprendido as lições?

2021 marca os 30 anos do fim da União Soviética, mas será que temos transmitido devidamente às novas gerações as lições a retirar deste regime tirânico? No presente artigo, o economista americano Richard M. Ebeling descreve a sua experiência na revolução de agosto de 1991, e analisa as recentes tendências políticas manifestadas pelas camadas mais jovens da população ocidental. [versão áudio disponível aqui]

Este agosto marcou o 30º aniversário do início do fim da União Soviética. De 19 a 21 de agosto de 1991, o núcleo duro do Partido Comunista Soviético e o KGB tentaram fazer um golpe de Estado em Moscovo para impedir que as reformas políticas e económicas introduzidas durante os cinco anos anteriores prosseguissem. O golpe de Estado falhou e, na véspera de Natal, em 1991, a União Soviética foi dissolvida e desapareceu do mapa político mundial. [ver reportagem Euronews em português]

Os eventos desses dias estão especialmente gravados na minha mente, pois estava em Moscovo nessa altura a observar e, com efeito, até a participar nos eventos de agosto de 1991. Como viajava frequentemente até à União Soviética em trabalho de consultoria sobre privatização e reformas de mercado, especialmente em Moscovo e naquela que, agora, é a antiga república soviética da Lituânia, testemunhei a tentativa falhada de golpe de Estado e o seu rescaldo imediato.

O regime soviético governou a Rússia e outras 14 repúblicas integrantes da URSS durante quase 75 anos, desde a Revolução Bolchevique de novembro de 1917 [no calendário moderno], liderada por Vladimir Lénine e os seus seguidores marxistas. Durante esses quase três quartos de século, primeiro sob Lénine e especialmente Estaline e depois sob os seus sucessores, os historiadores estimam que mais de 64 milhões de pessoas – homens, mulheres e crianças, inocentes e desarmados – morreram às mãos do regime soviético, em nome do “belo e brilhante futuro” do socialismo.

Massacre e trabalho escravo sob o socialismo soviético

Calcula-se que só a coletivização forçada de terras levada a cabo por Estaline, no início dos anos 30, tenha custado a vida de nove a doze milhões de camponeses russos e ucranianos, bem como às suas famílias, que tentaram resistir à perda das suas explorações agrícolas privadas e foram obrigados a aderir às explorações coletivas do Estado, que as substituíram. Uns foram simplesmente mortos a tiro; outros foram torturados até à morte ou enviados para morrer como escravos nos campos de concentração e de trabalho forçado, conhecidos como GULAG, na Sibéria ou na Ásia Central. Milhões morreram lentamente à fome, devido a uma carestia engendrada pelo governo com o objetivo de os forçar a submeterem-se aos ditames do planeamento central de Estaline e dos seus capangas.

Outros milhões foram reunidos e enviados para essas prisões e campos de trabalho, como parte do plano centralizado de desenvolvimento industrial e mineiro dos confins da União Soviética. Nos anos 30 e 40, o planeamento central de Estaline incluía quotas que determinavam quantos “inimigos do povo” seriam presos e executados em cada cidade, vila e distrito na União Soviética. Também havia quotas que determinavam quantos iriam substituir aqueles que já tinham morrido no GULAG, a trabalhar nas vastas terras desertas da Sibéria, da região norte da Rússia europeia e da Ásia central. (Ver o meu artigo: “The Human Cost of Socialism in Power”.)

Nos anos 60, 70 e início dos anos 80, o sistema soviético tinha-se tornado cada vez mais corrupto, estagnado e decrépito, sob uma sucessão de envelhecidos líderes do Partido Comunista cujo único objetivo era manter o poder e os seus privilégios. Em 1986, um homem muito mais jovem, Mikhail Gorbachev, que havia conseguido subir na hierarquia do partido, foi designado para o cargo de Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS.

A tentativa de Gorbachev de salvar o socialismo

Gorbachev acreditava que a União Soviética havia dado vários passos em falso no passado. No entanto, não era um oponente do socialismo, nem das suas bases marxistas-leninistas. Queria sim um novo “socialismo de face humana”. O seu objetivo era uma ideologia comunista mais “simpática e gentil”, por assim dizer. Acreditava verdadeiramente que a União Soviética podia ser salva, e com ela uma alternativa mais humana e coletivista ao capitalismo ocidental.

Para alcançar este objetivo, Gorbachev introduziu duas agendas de reforma: primeiro, a perestroika, uma série de mudanças económicas destinadas a admitir os erros de um planeamento central rígido. Os gestores das empresas públicas assumiriam mais responsabilidades, as pequenas empresas privadas seriam permitidas e fomentadas, e as empresas soviéticas seriam autorizadas a fazer empreendimentos conjuntos com determinadas empresas ocidentais. A flexibilidade e a adaptabilidade criariam uma nova e melhor economia socialista.

Em segundo lugar, a glasnost, ou “abertura” política, no âmbito da qual as loucuras políticas do passado seriam admitidas e as páginas da história soviética anteriormente “em branco” – especialmente a respeito dos "crimes de Estaline" – seriam preenchidas. Dizia-se que uma maior honestidade histórica e política reavivaria a moribunda ideologia soviética e renovaria o apoio entusiástico do povo soviético ao futuro socialista reformado e redesenhado.

No entanto, com o tempo, os líderes soviéticos mais fundamentalistas e “conservadores” começaram a ver estas reformas como uma caixa de Pandora com forças incontroláveis, que debilitariam o sistema soviético, tal como já tinham visto acontecer no anel exterior do Império Soviético na Europa Oriental.

O princípio do fim na Europa de Leste

Em 1989, Gorbachev permaneceu inerte enquanto o Muro de Berlim, símbolo do poder imperial soviético no coração da Europa, era derrubado e as nações "cativas" da Europa de Leste – Alemanha Oriental, Polónia, Checoslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária –, que Estaline havia reivindicado como saque no final da Segunda Guerra Mundial, começavam a libertar-se do controlo comunista e do domínio soviético. (Ver o meu artigo: “The History and Meaning of the Berlin Wall”)

Os fundamentalistas soviéticos estavam agora convencidos de que o novo tratado político que Gorbachev planeava assinar com Boris Iéltsin, presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, e Nursultan Nazarbayev, presidente da república soviética do Cazaquistão, significaria o fim da própria União Soviética.

As pequenas repúblicas balcânicas da Estónia, Letónia e Lituânia estavam já a reafirmar a independência nacional que tinham perdido em 1939-1940, como resultado da divisão da Europa de Leste que foi feita por Hitler e Estaline. Violentas e mortíferas ações de repressão levadas a cabo pelos militares soviéticos na Lituânia e na Letónia, em janeiro de 1991, não conseguiram esmagar os movimentos democráticos que floresciam nesses países. Meios militares haviam também sido utilizados em vão para manter na linha as repúblicas soviéticas da Geórgia e do Azerbaijão. (Ver o meu artigo: “Witnessing Lithuania’s 1991 Fight for Freedom from Soviet Power”.)

Conspiradores comunistas pelo poder soviético

A 18 de agosto de 1991, os conspiradores "de linha dura" tentaram persuadir Gorbachev a reverter os seus planos políticos com a Federação Russa e o Cazaquistão soviético. Ao recusar-se, Gorbachev foi forçado a permanecer na sua casa de verão na Crimeia, no Mar Negro, onde estava de férias.

Na manhã de 19 de agosto, os conspiradores emitiram uma declaração que anunciava a sua tomada de posse do governo soviético. O plano para capturar e possivelmente matar Boris Iéltsin falhou. Iéltsin escapou aos raptores e conseguiu ir desde sua casa, fora de Moscovo, até ao edifício do parlamento Russo. As unidades militares leais aos conspiradores cercaram a cidade, com tanques em cada ponte que dava acesso à cidade e em todas as passagens principais que davam para o centro de Moscovo. O parlamento Russo também tinha sido cercado por tanques.

No entanto, em breve Iéltsin reuniria o povo de Moscovo e a população russa em geral para defender a própria democracia emergente da Rússia. Pessoas de todo o mundo viram Iéltsin no topo de um tanque do exército, no exterior do edifício do parlamento, a pedir aos moscovitas que resistissem a esta tentativa de regressar aos dias sombrios do domínio comunista.

Os meios de comunicação social ocidentais fizeram muito alarido na altura sobre o aparente mau planeamento da tentativa de golpe de Estado, de setenta e duas horas, durante os dias 19 a 21 de Agosto. A imprensa mundial escarneceu e focou-se no nervosismo e na confusão que alguns líderes do golpe de Estado tinham mostrado durante a conferência de imprensa. Os conspiradores foram ridicularizados pelo seu comportamento pateta, ao terem deixado escapar a oportunidade de raptar Iéltsin e demorado tanto tempo para tomar o edifício do parlamento russo; ou então por deixarem as linhas telefónicas internacionais abertas e nem sequer tentarem bloquear os canais de notícias estrangeiros que estavam a transmitir em direto o que acontecia em toda a União Soviética.

O perigo que significaria a vitória da linha dura

Apesar do mau planeamento por parte dos líderes do golpe, não deixa de ser verdade que, se eles tivessem sido bem-sucedidos, as consequências teriam sido catastróficas. Tenho uma fotocópia do mandado de detenção por preencher que havia sido preparado para a região de Moscovo e que foi assinado pelo comandante militar.

Esse mandado dava aos militares e ao KGB – a polícia secreta soviética – a autoridade para prender qualquer pessoa. Tinha um espaço em branco onde era suposto escrever o nome da vítima. Quase 500 mil destes mandados haviam sido preparados. Por outras palavras, só em Moscovo poderiam ter sido presas mais de meio milhão de pessoas. No dia anterior ao início do golpe, o KGB recebeu um carregamento de 250 mil pares de algemas. E a imprensa russa mais tarde revelou que alguns dos campos prisionais na Sibéria tinham sido reabertos clandestinamente. Se o golpe tivesse sido bem-sucedido, possivelmente três a quatro milhões de pessoas na União Soviética teriam sido enviadas para o GULAG, o conhecido sistema soviético de campos de trabalho forçado.

Outro documento publicado pela imprensa russa depois de o golpe ter falhado continha instruções para as autoridades militares de várias regiões do país. Deveriam iniciar uma vigilância mais apertada das pessoas nas áreas sob a sua jurisdição. Deveriam estar atentas às palavras e ações de toda a gente. Os estrangeiros deveriam ser cuidadosamente seguidos e vigiados. E os seus relatórios aos líderes do golpe deveriam ser entregues a cada quatro horas. De facto, enquanto o golpe estava em andamento, o KGB começou a encerrar parcerias comerciais com empresas ocidentais em Moscovo, acusando-as de serem "ninhos de espiões", e prendeu alguns dos participantes russos nestas empresas.

Medo por debaixo da calma surrealista

Durante a tentativa de golpe, à medida que eu passava por várias partes da cidade, Moscovo tinha algo de surrealista. Nas ruas à volta da cidade, era como se nada tivesse acontecido – tirando os aglomerados de tanques soviéticos posicionados estrategicamente nas interseções principais e nas pontes que atravessavam o rio Moscovo. Os táxis patrulhavam as avenidas à procura de passageiros; a população parecia tratar da sua vida indo e vindo do trabalho, ou esperando em longas filas nas lojas do governo para se abastecer com os bens essenciais do dia-a-dia, que escasseavam; e os condutores também faziam fila, como de costume, nos postos de gasolina que eram propriedade do governo. Mesmo com a chapa de matrícula claramente estrangeira no meu carro alugado, nunca fui mandado parar enquanto conduzia pelo centro de Moscovo.

Os únicos sinais que indicavam que se tratava de dias invulgares eram a existência de uma expressão mais melancólica do que costume no rosto de muita gente; e o facto de, nas lojas, muitas pessoas se amontoarem silenciosamente em torno dos rádios, depois de terem feito as suas compras. No entanto, a aparência de quase normalidade não conseguia esconder o facto de o futuro do país estar por um fio. (Ver o meu artigo sobre a vida quotidiana sob o socialismo soviético: “Socialism-in-Practice was a Nightmare, Not Utopia”)

Os russos correram riscos em prol da liberdade

Durante três dias dessa semana fatídica, russos de diferentes estratos sociais tiveram que se perguntar a si próprios que preço atribuíam à liberdade. E milhares chegaram à conclusão de que estavam dispostos a arriscar as suas vidas para impedir o regresso ao despotismo comunista, se esse fosse o preço a pagar. Esses milhares apareceram no parlamento russo em resposta ao apelo de Boris Iéltsin. Construíram barricadas improvisadas e prepararam-se para se oferecerem como escudos humanos desarmados contra tanques e tropas soviéticas, caso estes tivessem atacado. Eu e a minha futura mulher, Anna, estávamos entre os amigos da liberdade que se mantiveram vigilantes durante a maior parte desses três dias, enfrentando os tanques soviéticos.

Entre estes milhares, três grupos destacaram-se na luta pela liberdade: em primeiro lugar, os jovens com idades compreendidas entre os treze e os vinte e poucos anos, que tinham vivido num ambiente mais livre durante os últimos seis anos desde que Gorbachev tinha subido ao poder, e que não queriam viver sob o terror e a tirania que os seus pais conheceram no passado; em segundo, os novos empresários, que se aperceberam que sem uma ordem política livre, as novas liberdades económicas que lhes permitiam estabelecer iniciativas privadas seriam esmagadas; por último, os veteranos da guerra soviética no Afeganistão, que tinham sido forçados a servir o imperialismo soviético e que agora estavam determinados a prevenir o seu regresso.

A falência do sistema soviético foi demonstrada não só pela coragem dos milhares que defenderam o parlamento russo, mas também pela relutância dos militares soviéticos em obedecerem às ordens dos líderes golpistas. É verdade que apenas um punhado de unidades militares de facto passou imediatamente para o lado de Iéltsin em Moscovo. Mas centenas de babushkas – avós – russas foram ter com os jovens soldados e oficiais que tripulavam os tanques soviéticos, e perguntaram-lhes: «Vão matar as vossas mães, os vossos pais, as vossas avós? Nós somos o vosso próprio povo.» O último ato do golpe deu-se quando essas unidades militares se recusaram a obedecer às ordens e a tomar o edifício do parlamento russo, com o possível custo de centenas ou milhares de vidas.

Liberdade! Liberdade! Liberdade!

Na límpida e quente terça-feira de 22 de agosto – o dia após o falhanço da tentativa de golpe de Estado – milhares de moscovitas juntaram-se numa grande praça atrás do parlamento russo e ouviram Boris Iéltsin a dizer que aquela área iria dali em diante passar a ser chamada Praça da Liberdade. A multidão replicou em uníssono: Svaboda! Svaboda! Svaboda! – «Liberdade! Liberdade! Liberdade!»

Uma grande bandeira da Rússia pré-comunista, com as cores branco, azul e vermelho, foi drapeada ao longo de todo o comprimento do edifício do parlamento. A multidão olhou para cima e viu a bandeira vermelha soviética, com o seu martelo e a sua foice amarelos no canto superior esquerdo, a ser baixada do mastro da bandeira no topo do parlamento, e as cores russas a serem içadas pela primeira vez no seu lugar. E novamente o povo cantava: «Liberdade! Liberdade! Liberdade!»

Não muito longe do edifício do parlamento, em Moscovo, nesse mesmo dia, uma grande multidão tinha-se formado na Praça Lubianca, a sede do KGB. Com a ajuda de uma grua, estes moscovitas deitaram abaixo uma grande estátua de Felix Dzerzhinsky, o fundador da polícia secreta soviética, que se encontrava perto da entrada da sede do KGB. Num pequeno parque, do outro lado da sede do KGB, num canto onde se encontra um pequeno monumento em homenagem às vítimas da prisão e dos campos de trabalho forçado soviéticos, deu-se uma manifestação anti-comunista. Um jovem vestido com um velho uniforme militar da Rússia czarista queimou uma bandeira da União Soviética e tocou no seu acordeão músicas patrióticas do período pré-revolucionário, enquanto a multidão aplaudia.

O pesadelo da tirania e do terror comunista, que durou 75 anos, estava a chegar ao fim. O povo russo ansiava por liberdade e deliciava-se na alegria imaginada de a ter. Desde essa altura que a história da Rússia não alcançou nenhum desses anseios de agosto de 1991; no entanto, este continua a constituir um momento importante, marcando o fim simbólico do pesadelo coletivista do século XX.

Jovens americanos e britânicos não conhecem a história e querem socialismo

Avance-se para o dia de hoje, trinta anos mais tarde. É como se os últimos cem anos da câmara de horrores socialista, não só na União Soviética, mas também noutros lugares espalhados pelo mundo, em que os governos nacionalizaram em grande escala os meios de produção e impuseram formas de planeamento central, nunca tivessem acontecido. A brutalidade e barbaridade do regime nacional-socialista (Nazi) na Alemanha de Hitler têm sido destacadas em muitos filmes e documentários nas décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial. Mas comparem-nos com a escassez de filmes e documentários semelhantes sobre a União Soviética e regimes socialistas similares, e sobre os seus desastrosos sistemas de planeamento central, com toda a sua tirania, crueldade, chacina, corrupção e panóplia de privilégios e benefícios para a grande rede de membros do Partido e da elite de burocratas que controlava a economia. [um recente documentário sobre os GULAG pode ser visto na RTP2]

Os recentes inquéritos “U.S. Attitudes Toward Socialism, Communism, and Collectivism” (outubro de 2020), feito nos Estados Unidos pela Victims of Communism Memorial Foundation, e “Left Turn Ahead? Surveying Attitudes of Young People Towards Capitalism and Socialism” (julho de 2021), feito no Reino Unido pelo Institute of Economic Affairs, com vista a averiguar as opiniões da população sobre os sistemas socialista e capitalista, sobretudo entre as faixas etárias mais jovens, revelam claramente que o conhecimento e o entendimento sobre como foi a realidade socialista se evaporaram por um buraco de memória orwelliano.

Nos Estados Unidos, um quarto dos que responderam ao inquérito, 26%, disse que gostaria de ver o fim do sistema capitalista e a sua substituição por uma economia socialista. De entre os que tinham menos de 40 anos de idade, o número dos que preferiam uma sociedade socialista aumentou, oscilando entre os 31% e os 35%. Dez por cento neste grupo etário consideram as ideias do Manifesto Comunista de Karl Marx como um melhor garante da liberdade e de uma sociedade equitativa do que as ideias expressas na Declaração da Independência. Cerca de 30% dos abaixo de 40 anos disse que o Marxismo é um movimento «positivo» contra a injustiça e por uma gestão da economia pelo bem de todos.

Quando perguntados «o que é um sistema socialista?», 31% disse que envolvia apropriação pelo Estado dos meios de produção, enquanto outros 32% disse que o relacionava com iniciativa privada juntamente com regulamentação pelo Estado e com Estado-Providência. 6% disse que o socialismo era um «sistema novo» que nunca tinha sido experimentado.

No Reino Unido, 67% daqueles que se encontravam nas camadas mais jovens da população Britânica disseram que gostariam de viver sob um sistema económico socialista, e associaram o socialismo às palavras «trabalhadores», «público», «igual» e «justo». O capitalismo foi associado por 75% dos participantes no inquérito ao aquecimento global, à destruição do planeta, e ao racismo; 73% disse que o capitalismo alimenta a «ganância», o «egoísmo» e o «materialismo», comparado com o socialismo, que cultiva «compaixão, cooperação e solidariedade». A grande maioria disse que o socialismo nunca chegou a ser realmente experimentado, e que lugares como a Venezuela são casos em que a ideia do socialismo foi simplesmente mal implementada e que, portanto, não foram um verdadeiro teste do sistema socialista.

Estas atitudes e crenças entre as gerações mais jovens de ambos os lados do Atlântico não são um bom presságio para o futuro da liberdade. As ideias de uma geração normalmente tornam-se nas medidas implementadas pela próxima. Se nem o conhecimento nem as lições apropriadas do que foi a realidade prática do socialismo durante os últimos cem anos forem aprendidos, podemos muito bem estar condenados a repetir o passado com todas as suas graves consequências sociais, económicas e políticas. (Ver o meu artigo: “Socialism: Marking a Century of Death and Destruction”.)

[Artigo originalmente publicado pelo American Institute for Economic Research. Tradução: Ana Laura Amado. Revisão: Pedro Almeida Jorge. Narração: Mariana Durão]

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